quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

vazio nocturno...



a mente não lhe dá tréguas, segue sozinha seu caminho, no peito leva lamentos que ninguém entende, se ao menos a escutassem poderia ser feliz, o coração chama acesa, mas o destino não quis, arroja-se nas palavras onde a saudade enfrenta, às vezes tempestade no pensamento, e assim vai suspirando, sonhos, desejos e lamento, o olhar contas de vidro baço, de dor cheia desenleia a recordação dum abraço... o rosto cansado onde o sol já se deita, o sorriso já se desfaz a fugir à tempestade, e a mente sem tréguas não lhe dá  paz...conta as horas do tempo que lhe foge,  a esperança que era verde e já se perde, é tarde desvanecem-se os sonhos, as lembranças são instantes perdidos, olha as últimas nuvens no céu, as aves andam distantes, as amarguras do dia são delírios de chuva a tocar o poente, e na sua mente a maré grande da melancolia, a terminar seu dia.

natalia nuno

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