domingo, 13 de maio de 2018

a usura do tempo...



as palavras são inúteis para trazer de volta o tempo, aquele, em que o tempo não existia, nem sequer tempo para pensar no tempo, tudo era juventude e alegria, mas o tempo passou, contrariando o meu desejo, colocando minha alma no anseio duma nascente primavera que não regressa mais e, não vale a espera...permanece a febre no coração ofegante e eu repito num murmúrio incessante a doçura dum verso, que apesar do tempo ser agora tempo de inverno, não impede que o meu rosto sorria, e as palavras me levem até que me esqueça quem sou, ou até se apagar o derradeiro sentido da palavra...seguirei como se me tivesse enganado na direcção,  esquecendo o tempo, por mais algum tempo, tocando as nuvens dos versos... até que os dias fiquem frios e curtos mas, o sonho habite ainda no poema em que vivo.

natalianuno